Terça-feira, 19 de Abril de 2011

Nunca votei no PPD/PSD. Só me abstive uma vez, nas últimas presidenciais. Nunca votei PCP. Votei Bloco de Esquerda há uns anos largos, quando o discurso de Francisco Louçã ainda me fazia algum sentido. Dou de barato que talvez na altura já não fizesse sentido a muitas pessoas. Era jovem, era irreverente, parecia-me que sim. Neste momento, em que vejo no BE um partido sem qualquer comprometimento, envergonho-me de ter contribuído, na altura, para que crescesse. Mas enfim, vive-se e aprende-se. Nunca votei CDS. O que quer dizer que em 16 anos de eleitor, votei uma única vez BE e nas restantes vezes PS. No começo, era obrigatório, como se devesse seguir as pisadas do meu pai. Ele tinha morrido tinha em 17 anos e era evidente que votava PS. Hoje, não sei. Mas não o imagino a aceitar José Sócrates.

Para as legislativas de 5 de Junho estou nos indecisos. Eu, que nunca tive indecisões quanto aos votos. E a indecisão é só uma: ou voto PPD/PSD (eu gosto do PPD/PSD mais do que do PSD - faz-me lembrar o Santana Lopes sempre que escrevo, o que só permite uma enorme gargalhada quando pensámos que já foi Primeiro-Ministro deste país), ou voto PPD/PSD, dizia, ou não voto em ninguém. Não concebo votar em partidos do "quanto pior, melhor", que nem sequer reúnem com o FMI porque isso poderia mostrar algum comprometimento. Não concebo votar CDS, o Paulo Portas não me inspira a mínima confiança política e está longe dos meus ideiais políticos. E não concebo votar neste PS, onde um homem chamado José Sócrates anda perdido no meio do nevoeiro há anos. Quando chegou, há seis, tentou. Não conseguindo, desistiu. Há dois anos, Manuela Ferreira Leite não me parecia possível. Uma cavaquista que só tinha sido Ministra da Educação no fim do reinado, que tinha sido uma Ministra das Finanças de Durão Barroso sofrível, com todos os trejeitos de põe aqui e tira ali para enganar os défices. E nessa altura ainda pensei que Sócrates lá ia. Que novamente reforçado, ia tentar. Enganei-me. Agora não me engano: por muito que me custe não votar em Francisco Assis, por exemplo, que representa um PS que considero.

Resta-me, por isso, o PPD/PSD. Há uns meses era mais claro que Passos Coelho mereceria um voto. Depois de telefonemas, de Nobres, de tantos tiros no pé, já não me é claro. Passos Coelho encaminha-me para a abstenção. Espero para ver. Tem um mês e meio para me fazer caminhar para o PPD/PSD pela primeira vez. O Francisco José Viegas ser cabeça de lista por Bragança já ajudou. Espero que, eleito deputado como será, seja com o PPD/PSD no governo ou o senhor nórdico de olhos azuis a mandar no país, uma voz dos livros, da leitura, da literacia. E que possa vir a ser um óptimo Secretário de Estado da Cultura (que o Ministro da Cultura não existirá). Mais: que possa influenciar, na secretaria de Estado ou como deputado, o melhor possível esse ministério com o nome errado e que se chama da Educação. É que educar, para mim, é em casa. Porque não Ministério do Ensino? Desejo-lhe, pessoalmente, o melhor. E que possa fazer por mim a única coisa que me faria um dia pensar em sentar-me naquele hemiciclo: bater palmas e dizer bem alto Muito bem! Muito bem!



publicado por JRS às 20:27 | link do post | favorito

mais sobre mim
posts recentes

O Mário

Mistress

FCF

Mira Técnica

Easter Message

PPD/PSD

It is

Canção Triste

Portugal

A Moral da Coisa

arquivos

Março 2013

Fevereiro 2013

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

blogs SAPO
subscrever feeds