Ontem vi durante um bom bocado o debate moderado pelo António José Teixeira na SIC Notícias (tudo onde entra o António José Teixeira eu vejo pelo menos um bocado). E ontem estava em debate a economia, a moral e a política com o economista e filósofo Vitor Bento, o filósofo Francisco Assis e o "ele há-de ser licenciado em alguma coisa" Morais Sarmento.
Gostei do Vitor Bento, embora me pareça que repete vezes demais o mesmo argumento, sobre várias formas de explicação - basta uma. Gostei muito do Francisco Assis, embora me agrade pouco a pose de combate que tem neste momento (mas são as eleições, que queremos...). E achei um piadão que o Morais Sarmento tenha saído com esta tirada queria ele que muito filosófica quando se debatia a questão dos valores e da religião: "é verdade que um crente tem mais razão para ter mais valores do que um não crente porque acredita num prolongamento da vida". Cito de cor, claro. Mas era mais ou menos este o conceito. Proponho que leia A Desilusão de Deus de Richard Dawkins, edição Casa das Letras a 4,90 euros no Freeport. Ou então que espere uns meses pelo The Moral Landscape que a Babel editará em breve. Aí se explica bem a falácia deste raciocínio ligeiro e tentativamente filosófico. É que a moral e os valores, tendo uma grande associação à religião do ponto de vista histórico, não precisam dela para nada para serem uma boa moral e bons valores. Ninguém precisa de pensar que vai para o céu para agir bem. Basta agir bem.