Quarta-feira, 20 de Abril de 2011

Imperdível



publicado por JRS às 20:24 | link do post | favorito

Terça-feira, 19 de Abril de 2011

Nunca votei no PPD/PSD. Só me abstive uma vez, nas últimas presidenciais. Nunca votei PCP. Votei Bloco de Esquerda há uns anos largos, quando o discurso de Francisco Louçã ainda me fazia algum sentido. Dou de barato que talvez na altura já não fizesse sentido a muitas pessoas. Era jovem, era irreverente, parecia-me que sim. Neste momento, em que vejo no BE um partido sem qualquer comprometimento, envergonho-me de ter contribuído, na altura, para que crescesse. Mas enfim, vive-se e aprende-se. Nunca votei CDS. O que quer dizer que em 16 anos de eleitor, votei uma única vez BE e nas restantes vezes PS. No começo, era obrigatório, como se devesse seguir as pisadas do meu pai. Ele tinha morrido tinha em 17 anos e era evidente que votava PS. Hoje, não sei. Mas não o imagino a aceitar José Sócrates.

Para as legislativas de 5 de Junho estou nos indecisos. Eu, que nunca tive indecisões quanto aos votos. E a indecisão é só uma: ou voto PPD/PSD (eu gosto do PPD/PSD mais do que do PSD - faz-me lembrar o Santana Lopes sempre que escrevo, o que só permite uma enorme gargalhada quando pensámos que já foi Primeiro-Ministro deste país), ou voto PPD/PSD, dizia, ou não voto em ninguém. Não concebo votar em partidos do "quanto pior, melhor", que nem sequer reúnem com o FMI porque isso poderia mostrar algum comprometimento. Não concebo votar CDS, o Paulo Portas não me inspira a mínima confiança política e está longe dos meus ideiais políticos. E não concebo votar neste PS, onde um homem chamado José Sócrates anda perdido no meio do nevoeiro há anos. Quando chegou, há seis, tentou. Não conseguindo, desistiu. Há dois anos, Manuela Ferreira Leite não me parecia possível. Uma cavaquista que só tinha sido Ministra da Educação no fim do reinado, que tinha sido uma Ministra das Finanças de Durão Barroso sofrível, com todos os trejeitos de põe aqui e tira ali para enganar os défices. E nessa altura ainda pensei que Sócrates lá ia. Que novamente reforçado, ia tentar. Enganei-me. Agora não me engano: por muito que me custe não votar em Francisco Assis, por exemplo, que representa um PS que considero.

Resta-me, por isso, o PPD/PSD. Há uns meses era mais claro que Passos Coelho mereceria um voto. Depois de telefonemas, de Nobres, de tantos tiros no pé, já não me é claro. Passos Coelho encaminha-me para a abstenção. Espero para ver. Tem um mês e meio para me fazer caminhar para o PPD/PSD pela primeira vez. O Francisco José Viegas ser cabeça de lista por Bragança já ajudou. Espero que, eleito deputado como será, seja com o PPD/PSD no governo ou o senhor nórdico de olhos azuis a mandar no país, uma voz dos livros, da leitura, da literacia. E que possa vir a ser um óptimo Secretário de Estado da Cultura (que o Ministro da Cultura não existirá). Mais: que possa influenciar, na secretaria de Estado ou como deputado, o melhor possível esse ministério com o nome errado e que se chama da Educação. É que educar, para mim, é em casa. Porque não Ministério do Ensino? Desejo-lhe, pessoalmente, o melhor. E que possa fazer por mim a única coisa que me faria um dia pensar em sentar-me naquele hemiciclo: bater palmas e dizer bem alto Muito bem! Muito bem!



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Segunda-feira, 18 de Abril de 2011



publicado por JRS às 19:13 | link do post | favorito

Sábado, 16 de Abril de 2011

Há três anos, durante as férias, traduzi o Funeral Blues, do Auden, e coloquei-o na Rua da Castela. Passados três anos, e depois de tentar escolher a melhor palavra possível para cada verso, ficou assim. Esta é a minha leitura do poema, bem mais do que uma tradução, como se percebe.

 

Canção Triste

[Auden]

 

Parem os relógios, desliguem o telefone,

amordacem o cão com um osso enorme.

Calem os pianos e com um pequeno tambor

tragam o caixão, deixem chorar a dor.

 

Que os aviões se lamentem em círculos pelo céu

rabiscando nas nuvens: Ela Morreu.

Enlutem a nação no pescoço branco das pombas,

deixem os polícias usar as mais negras luvas.

 

Ela era o meu Norte, meu Sul, meu Este e Oeste,

a minha féria e o meu Domingo de descanso.

O meu dia, a minha noite, a minha fala e canção;

pensei que o amor durava para sempre – não.

 

As estrelas não são queridas, já: desliguem-nas.

Arquivem a lua e retirem o sol.

Despejem o mar e varram a terra,

porque nada, agora, poderá vir a ser um dia melhor.



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Sexta-feira, 15 de Abril de 2011

 



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Quarta-feira, 13 de Abril de 2011

Ontem vi durante um bom bocado o debate moderado pelo António José Teixeira na SIC Notícias (tudo onde entra o António José Teixeira eu vejo pelo menos um bocado). E ontem estava em debate a economia, a moral e a política com o economista e filósofo Vitor Bento, o filósofo Francisco Assis e o "ele há-de ser licenciado em alguma coisa" Morais Sarmento.

Gostei do Vitor Bento, embora me pareça que repete vezes demais o mesmo argumento, sobre várias formas de explicação - basta uma. Gostei muito do Francisco Assis, embora me agrade pouco a pose de combate que tem neste momento (mas são as eleições, que queremos...). E achei um piadão que o Morais Sarmento tenha saído com esta tirada queria ele que muito filosófica quando se debatia a questão dos valores e da religião: "é verdade que um crente tem mais razão para ter mais valores do que um não crente porque acredita num prolongamento da vida". Cito de cor, claro. Mas era mais ou menos este o conceito. Proponho que leia A Desilusão de Deus de Richard Dawkins, edição Casa das Letras a 4,90 euros no Freeport. Ou então que espere uns meses pelo The Moral Landscape que a Babel editará em breve. Aí se explica bem a falácia deste raciocínio ligeiro e tentativamente filosófico. É que a moral e os valores, tendo uma grande associação à religião do ponto de vista histórico, não precisam dela para nada para serem uma boa moral e bons valores. Ninguém precisa de pensar que vai para o céu para agir bem. Basta agir bem.



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Segunda-feira, 11 de Abril de 2011

Uma das coisas que me liga a Famalicão é este clube. A casa da minha avó fica a 300 metro do Campo dos Bargos. Sobe-se pela estrada onde me espalhei de bicicleta há dezanove anos (a descer - um mês no S. João...), passa-se a igreja e o cemitério de Calendário e é a casa da minha avó - aquela que ainda hoje chamo minha. Menino pequeno ia para o campo brincar, ver treinos, muitas vezes acompanhado do Nela (João Janela, vizinho da minha avó, meu avô por afinidade, pai do Carlos que tanto nos tem ajudado nestes meses). Menino pequeno e mais crescido, pelas duas e vinte, descia as escadas da casa do meu avô, com o meu pai e o meu irmão e ia chamar o Nela à casa em frente para irmos ver o Famalicão. Fim dos anos oitenta, o Famalicão na primeira divisão e eu a ir para os cativos onde percebi que a verdadeira vizinhança se faz na partilha de um lugar desde há muitos anos. Da fila D via o jogo, um pouco à esquerda da linha do meio campo. Abel Braga, Caccioli, Tanta, Lula, Leomir, Dane Kupresanin, Menad, Lopes, Rogério, Birigui e o Carlos, claro, director desportivo do Famalicão na altura. Gosto muito do clube, que depois da página mais triste (uma presença nos distritais da Associação de Futebol de Braga) está agora a um passo de subir à 2º divisão B. Eu sei, ainda longe da Primeira Liga. Mas diz-me o meu irmão que as dívidas estão a ser negociadas, que a coisa está a ser feita com cabeça. Gosto muito daquele Campo dos Bargos que um presidente da Câmara, num acto infeliz como presidente do clube, quis chamar Estádio 22 de Junho. Era o Estádio Municipal, mas para mim era e é como o meu avô lhe chama - o Campo dos Bargos. As bancadas estão velhas (aquela onde se gravam estes golos). A "bancada nova", que se vê em frente, está velha. O superior está como sempre esteve - relvado. Só me custou terem matado o Maracanã (o campo de treinos pelado, num canto do estádio) com o poste de iluminação. Mas lembro-me de lá ver jogos à noite, coisa nova e deslumbrante. Gosto muito do Futebol Clube de Famalicão e do Campo dos Bargos. Sou o sócio 527, o Gui o 1189. Ele não sabe, mas também gosta muito do Famalicão.

Fico por isso muito feliz quando ganhamos 3-1 ao Sousense. Parece pouco. Mas ganhar ao Sousense é o mesmo que ganhar um clube que esteve perto de ser mais um Salgueiros. E ver e ouvir no youtube este pequeno video é vibrar no mesmo sítio onde tantas vezes vi a bola entrar. Aqui fica.

 

 



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Domingo, 3 de Abril de 2011

Estive fora de Portugal uma semana. Nesta semana morreu Edna Cardoso, a professora Edna. Quando as Quasi fecharam, foi a única pessoa que publicamente me apoiou. E nem sempre tive com ela a melhor relação. Lembrou-me que há muito mais o que aproxima as pessoas boas do que o que as separa. Agradeço-lhe ter possibilitado que um imberbe rapaz começasse a escrever umas imberbes crónicas no Cidade Hoje, há dezassete anos, quando era a directora do semanário. Tenho a certeza que iria gostar da novidade que irei dar dentro em breve a quem lê a Rua da Castela ou a minha página do facebook. Gostava muito de ter tido a oportunidade de estar presente no seu funeral. Tive pena de estar longe. Para a sua família, o meu maior abraço.



publicado por JRS às 21:22 | link do post | favorito

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